A Mercantilização da Universidade e o Emprego (I)
Ontem durante o debate, o momento que mais esperava era o tema da educação. Como sempre, todos os candidatos fugiram dele como o Diabo da Cruz. No entanto, Portas não conseguiu esconder o seu objectivo de elaborar um ranking universitário, que consistiria exclusivamente na capacidade de uma instituição colocar os seus alunos no mercado de trabalho.
Mas não é só Portas. Sócrates e Santana, tal como ele, encontram a saída mágica para o beco do desemprego através da colocação de “jovens licenciados” em empresas através de estágios. Portas vai ainda mais longe e “converte” os humanitatis todos para as áreas técnicas. Afinal de contas, nós não precisamos de gentalha de Humanidades, o País precisa é de técnicos especializados para dotar as empresas de pessoal “tecnicamente especializado em especializações práticas”.
Ou seja, “meus amigos”, vocês perderam 4 anos, pelo menos, a tirar um curso que não vale nada, não serve para nada e que só existe para encher universidades e enganar alunos como vocês. Por isso, toca a reconverter todos os humanitatis para as “verdadeiras áreas do saber especializado”, que nem “novos cristãos”.
Ora todos nós sabemos no que consistem estes estágios (de 6 meses a 1ano, em média): exploração abusiva das capacidades de alguém que procura o primeiro emprego, ou um emprego sequer, em troca da famigerada “experiência” de que necessitam avidamente para os curricula. É o regresso do pleno emprego, precário, mas pleno.
Atentemos apenas na definição de estágio, no sentido pedagógico-profissional: “espaço temporal em que um candidato toma conhecimento das práticas e técnicas necessárias ao exercício de uma dada profissão; neste intervalo o candidato tem por missão observar, questionar e, em certas alturas, participar na concretização de algumas tarefas para uma melhor aprendizagem.” (Mais grave: em certas profissões, que têm ordens, durante o estágio o candidato não pode executar certas tarefas por não estar ainda habilitado.)
Agora, a definição de estágio, nos dias de hoje, na prática: “espaço temporal em que um candidato executa as mesmas funções, tem as mesmas responsabilidades, e contribui de igual modo para a empresa do que qualquer outro funcionário; a única diferença é que lhes estão vedados quaisquer benefícios, e recebe um ordenado mísero, de estagiário, e muitas vezes comparticipado pelo Estado, e tem a certeza de que em 6 meses ou 1 ano está na rua!”.
Por isso Senhores Sócrates, Portas e Santana, estágios? Pleno emprego? Não, obrigado! Não precisamos, nem queremos esta “integração” no mercado!
[Já não é a primeira vez, mas esta ideia da mercantilização da Universidade é algo que me revolta. E não é o facto de ser de esquerda e da área das Humanidades, como lhe chamam, que me leva a este pensamento “estereotipado”. Voltarei às universidades, propriamente ditas, brevemente]
Mas não é só Portas. Sócrates e Santana, tal como ele, encontram a saída mágica para o beco do desemprego através da colocação de “jovens licenciados” em empresas através de estágios. Portas vai ainda mais longe e “converte” os humanitatis todos para as áreas técnicas. Afinal de contas, nós não precisamos de gentalha de Humanidades, o País precisa é de técnicos especializados para dotar as empresas de pessoal “tecnicamente especializado em especializações práticas”.
Ou seja, “meus amigos”, vocês perderam 4 anos, pelo menos, a tirar um curso que não vale nada, não serve para nada e que só existe para encher universidades e enganar alunos como vocês. Por isso, toca a reconverter todos os humanitatis para as “verdadeiras áreas do saber especializado”, que nem “novos cristãos”.
Ora todos nós sabemos no que consistem estes estágios (de 6 meses a 1ano, em média): exploração abusiva das capacidades de alguém que procura o primeiro emprego, ou um emprego sequer, em troca da famigerada “experiência” de que necessitam avidamente para os curricula. É o regresso do pleno emprego, precário, mas pleno.
Atentemos apenas na definição de estágio, no sentido pedagógico-profissional: “espaço temporal em que um candidato toma conhecimento das práticas e técnicas necessárias ao exercício de uma dada profissão; neste intervalo o candidato tem por missão observar, questionar e, em certas alturas, participar na concretização de algumas tarefas para uma melhor aprendizagem.” (Mais grave: em certas profissões, que têm ordens, durante o estágio o candidato não pode executar certas tarefas por não estar ainda habilitado.)
Agora, a definição de estágio, nos dias de hoje, na prática: “espaço temporal em que um candidato executa as mesmas funções, tem as mesmas responsabilidades, e contribui de igual modo para a empresa do que qualquer outro funcionário; a única diferença é que lhes estão vedados quaisquer benefícios, e recebe um ordenado mísero, de estagiário, e muitas vezes comparticipado pelo Estado, e tem a certeza de que em 6 meses ou 1 ano está na rua!”.
Por isso Senhores Sócrates, Portas e Santana, estágios? Pleno emprego? Não, obrigado! Não precisamos, nem queremos esta “integração” no mercado!
[Já não é a primeira vez, mas esta ideia da mercantilização da Universidade é algo que me revolta. E não é o facto de ser de esquerda e da área das Humanidades, como lhe chamam, que me leva a este pensamento “estereotipado”. Voltarei às universidades, propriamente ditas, brevemente]
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